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- 07 fev 2024
O verão é a estação mais celebrada pelos brasileiros, que lotam as cidades de praia ou locais de veraneio, como clubes, rios, cachoeiras e lagos. Grande parte da população sabe a importância de usar protetor solar, mas muitos se esquecem de cuidar bem dos olhos para evitar problemas típicos dessa época do ano.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, as alergias e irritações oculares aumentam muito no verão. Entre as causas estão o excesso de cloro em piscinas, reações alérgicas a produtos como os protetores solares e ao excesso de exposição ao sol.
Veja agora como os olhos são afetados:
Sol
Os raios solares são do tipo ultravioleta, radiação eletromagnética muito prejudicial ao ser humano. Os raios ultravioletas do sol são divididos em UVA e UVB. Os raios UVA e UVB estão presentes durante o ano inteiro, não somente no verão, por isso a proteção deve ser feita em todas as estações.
Os raios UVA penetram profundamente na pele e são os principais responsáveis pelo envelhecimento da pele, alergias e predispõem o organismo ao surgimento do câncer de pele. A radiação UVB é parcialmente absorvida pela camada atmosférica da terra e sua parte que chega à Terra é responsável pelos danos à saúde da pele e aos olhos.
O que pode acontecer?
Quando a pessoa não protege os olhos dos agentes nocivos como sol, cloro, protetor solar, alguns problemas podem acontecer, como:
Pterígio: condição ocular em que há o crescimento de um tecido na conjuntiva (parte branca dos olhos) em direção à córnea. Causa irritação, coceira e vermelhidão nos olhos. A principal causa é a exposição à luz solar sem proteção. Necessita de cirurgia para ser retirado e pode voltar a aparecer.
Catarata: pessoas que exageram na exposição solar, sem se proteger, podem ter catarata precocemente. A catarata causa perda progressiva da visão, que se torna embaçada e somente a cirurgia resolve o problema.
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI): a região central da retina, a mácula, pode apresentar lesões irreversíveis geradas pela exposição aos raios ultravioletas. Não tem cura e pode levar à cegueira total.
Doenças Infecciosas (piscinas, mar, lagos ou rios contaminados)
Conjuntivite: infecção causada por vírus, bactérias ou por um processo alérgico. Calor, suor e tempo seco favorecem o aparecimento da doença. A viral é a mais agressiva e é altamente contagiosa. Nos três tipos de conjuntivite os olhos ficam vermelhos, entretanto cada um apresenta sintomas diferenciados.
Na viral a pessoa tem a sensação de ter areia nos olhos, além de apresentar lacrimejamento. Dependendo da gravidade, pode afetar a córnea e atrapalhar a visão. É a forma mais demorada que dura em média, 14 dias.
Já na conjuntivite bacteriana, os olhos ficam bastante inchados e secretam muco. A duração é menor, em torno de uma semana. Na alérgica a coceira é intensa e também há inchaço, porém os olhos não ficam tão vermelhos e há menos lacrimejamento.
Ceratite: é a inflamação da córnea, que pode ser causada tanto pela exposição prolongada e excessiva à luz solar, quanto por água contaminada. Entre os principais sintomas estão sensibilidade à luz, visão borrada, sangue nas vistas, lacrimejamento e dor.
Lentes de contato e água de piscina são ideais para a proliferação da ameba Acanthamoeba, que leva ao desenvolvimento de quadros de ceratite. Nunca nade com lentes de contato ou abra os olhos na água sem uma proteção, como óculos de natação.
Previna-se!
- Compre óculos de sol com lentes protetoras para prevenir os danos que os raios solares podem causar aos seus olhos. Dica: óculos vendidos em comércios populares não têm essa proteção. Óculos com lentes protetoras custam mais caro, porém sua visão não tem preço, certo?
- Use óculos de sol, bonés ou chapéus para diminuir a incidência dos raios solares.
- Lave bem as mãos depois de usar o protetor solar, para não coçar ou mexer nos olhos, o que pode gerar uma irritação/alergia.
- Se quiser abrir os olhos embaixo d´agua, use óculos de natação.
- Sempre tire as lentes de contato antes de nadar.
- Mantenha uma garrafa de água doce limpa e lave os olhos depois do banho de mar ou de piscina.
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Perguntas e Respostas
1) Quando é preciso proteger os olhos do sol?
No verão os raios solares são mais fortes, isso não quer dizer que durante o resto do ano a exposição ao sol não faça mal à saúde ocular, pelo contrário. Você deve sempre usar óculos de sol com lentes protetoras, principalmente quando estiver na praia, na piscina ou em qualquer outra atividade ao ar livre como caminhadas, jogos de futebol, etc.
2) O que é a síndrome do olho vermelho?
Esse é nome que os médicos dão quando a pessoa apresenta visão borrada, coceira, lacrimejamento, sensação de cisco no olho, sensibilidade à luz e olhos vermelhos. Esses sintomas aumentam em 20% no verão, segundo especialistas e podem indicar diversas doenças, desde alergias até conjuntivite, ceratite, etc. Vale lembrar que os problemas oculares nas crianças, durante o verão, são mais frequentes, uma vez que a maioria tem o costume de abrir os olhos embaixo da água e ficar muito tempo exposta aos raios solares, sem a devida proteção.
3) Por que não é recomendado usar lentes de contato em praias ou piscinas?
Apesar das lentes de contato serem práticas, elas não devem ser utilizadas por pessoas que pretendem nadar, principalmente em piscinas e no mar, uma vez que a água pode estar contaminada com bactérias que causam infecções oculares. Quando a pessoa fica muito tempo com a lente de contato no olho, a bactéria fica grudada na córnea, causando problemas que podem ser graves. Portanto, o melhor a fazer é deixar as lentes de contato em casa e ir para a praia ou piscina de óculos de grau ou óculos de sol com lentes de grau.
4) Por que não se deve usar colírio por conta própria?
Jamais se deve usar colírio sem prescrição médica. Mesmo os colírios feitos para lubrificar os olhos podem afetar a visão em longo prazo. Colírios que contêm corticoides, por exemplo, se usados sem orientação podem levar ao glaucoma, catarata precoce, entre outras doenças. Evite ainda coçar os olhos. Procure um médico oftalmologista se apresentar coceira, vermelhidão, ardência ou qualquer outro desconforto persistente.
Fonte: Sociedade Brasileira de Oftalmologia e Conselho Brasileiro de Oftalmologia.