Doenças sistêmicas e saúde ocular

  • Doenças sistêmicas e saúde ocular

    Todo mundo já ouviu dizer que “os olhos são as janelas da alma”, mas na verdade, não são apenas janelas da alma, mas do corpo também. Eles são capazes de revelar doenças que, a princípio, não afetam a visão nem se relacionam com os olhos.

    Poucas pessoas sabem que diversas patologias podem ter manifestações nos olhos. Ter a visão embaçada, os olhos vermelhos ou sentir dores de cabeça podem levar um paciente ao oftalmologista e, consequentemente, fazer com que ele descubra uma doença que não seja ocular. É o caso das doenças chamadas sistêmicas, como hipertensão, disfunções na tireoide, doenças reumáticas, tumores, toxoplasmose e, principalmente, diabetes.

    Existem ainda algumas condições inflamatórias e autoimunes que também se manifestam através dos olhos. Quadros de artrites, lúpus e esclerose múltipla podem causar esclerite (inflamação da parte branca do olho) ou uveíte (inflamação da parte interna do olho).

    Há doenças oculares e sistêmicas que também causam ou agravam os erros de refração. Como por exemplo, é possível citar algumas causas da miopia adquirida (aquela que não está relacionada ao tamanho e formato do globo ocular), como catarata e intoxicação medicamentosa. Entre as doenças que causam hipermetropia, apresentam-se intoxicação medicamentosa, botulismo, traumas oculares, tumor orbitário, infecções, aumento da pressão intracraniana, edemas (inchaços) maculares de diversas causas, tumores metastáticos de coroide e carcinoma da nasofaringe. Os erros de refração podem representar fator de risco para doenças oculares graves e com potencial cegante, como a obstrução dos vasos da retina, a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e o glaucoma.

    Há doenças oculares e sistêmicas que também causam ou agravam os erros de refração. Como por exemplo, é possível citar algumas causas da miopia adquirida…

    Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 285 milhões de pessoas estão visualmente prejudicadas. Por isso, os cuidados com a visão começam cedo. A primeira visita ao oftalmologista deve ser feita nos primeiros meses de vida para descartar a presença de doenças congênitas. Depois, consultas anuais são recomendadas até os 7 anos de idade. Nessa fase, o sistema visual está em processo de formação e pequenas alterações podem levar a danos permanentes na qualidade da visão.

    Além disso, é muito importante saber se existe algum histórico familiar de doença ocular, como glaucoma ou retinose pigmentar, realizar avaliação oftalmológica periódica (uma vez ao ano), usar óculos com proteção UV, se alimentar de forma equilibrada e praticar exercícios físicos, pois tais atos e hábitos podem controlar possíveis doenças que afetam a visão e tratar eventuais doenças oculares.

    A saúde ocular encontra-se estreitamente relacionada com doenças que afetam toda a estrutura dos olhos, desde as pálpebras até os centros visuais corticais, passando pela córnea, íris, lente, vítreo e retina, e depende do estado de todo o organismo e das condições de saúde de cada órgão. O clínico geral pode fazer o diagnóstico de várias doenças. Da mesma forma, o médico oftalmologista pode, ao realizar exames de vista, identificar doenças sistêmicas que afetam a visão. A interação entre seus médicos melhora seu tratamento. Por isso, não abra mão do acompanhamento de bons médicos. Assim, você não só preserva a saúde de seus olhos, como também salva a sua vida. Fique atento!

    O clínico geral pode fazer o diagnóstico de várias doenças. Da mesma forma, o médico oftalmologista pode, ao realizar exames de vista, identificar doenças sistêmicas que afetam a visão.

    – –
    Fonte: Veja Bem – CBO em Revista